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10 motivos que farão você se apaixonar por Cartagena!

Cris Macedo

Por Portal Evidência em 12/03/2023 às 12:25:57

Fotos: Cris Macedo

Ter planos para conhecer a Colômbia e, principalmente, Cartagena das Índias eu sempre tive, mas estavam lá no final das prioridades. Até que eu tinha 12 dias de férias e não estava animada para uma viagem longa, como para Europa, por exemplo. Coincidência ou não, apareceu uma promoção para Cartagena e resolvi subir a Colômbia pro topo da lista. Pesquisei o que pude, mas a cidade me surpreendeu muuuito e acabei tendo as férias perfeitas! Foi paixão à primeira vista!

A Colômbia é um país relativamente barato, próximo ao Brasil, com opções de voos diretos e atrações para todos os tipos de viajantes, o que torna mais atrativa uma estadia por lá: você acaba fazendo vários tipos de viagens dentro do mesmo país.

Cartagena, por sua vez, reúne muita história, uma gastronomia riquíssima e arquitetura encantadora. Tem como não ser interessante?

Anota então mais aí: a Isla Barú, com seu mar paradisíaco sem os preços salgados do Caribe.



Se convenceu? Mexeu na sua lista? Não?

Você vai se apaixonar por Cartagena. Ponto. Entenda isso, ok?

Agora vou te dar, pelo menos, 10 motivos de porque isso vai acontecer:

1. OS CARTAGENEROS

Nunca vi povo mais simpático, hospitaleiro, alegre, feliz e sorridente!

Sim, eles estão sempre querendo conversar, saber sobre nossa vida no Brasil ou simplesmente nos ajudar com mucho gusto. Foram várias as vezes em que pedia alguma coisa e recebia como resposta "claro, com mucho gusto"! E isso não é só da boca pra fora não. Eles se sentem satisfeitos em te verem satisfeito rsrs e fazerem sua estadia inesquecível.

Os cartageneros têm orgulho de seu país e compartilham isso com o turista. E tem outra questão também: de maneira geral, todos se esforçam para mudar a imagem que os estrangeiros têm da Colômbia, vinculada a Pablo Escobar e seu cartel de drogas. Isso tem proporcionado uma interação muito mais próxima com a população.

Quer um exemplo? Íamos sempre tomar café da manhã em um dos vários cafés Juan Baldez espalhados pela cidade e a atendente já nos reconhecia e conversava como se fossemos realmente conhecidas dela. E, no último dia, já cumprimentávamos pessoas que tínhamos esbarrado nos dias anteriores.

Pode até parecer bobagem, mas isso fez muita diferença nessa viagem. Me sentia não de férias, mas realmente vivendo o dia-a-dia do bairro histórico.

2. O ESPANHOL

O espanhol deles é muito fácil de entender, é um sotaque "neutro", e eles ainda nos compreendem muito melhor do que em outros países que têm também o espanhol como idioma nativo. Eles gostam de conversar e você acaba se sentindo incentivada a hablar español. Dez dias depois, estávamos indo embora quase "fluentes"!

3. A CHARMOSA CIDADE MURADA E SUA EXPLOSÃO DE CORES

Cartagena é a quinta maior cidade da Colômbia, ao norte, e tem se consolidado como principal destino da costa caribenha do país, na frente até da Ilha de San Andrés.

Graças à sua posição geográfica, junto ao mar, a cidade foi um dos locais mais importantes da dominação da Coroa Espanhola na América, servindo como principal porto espanhol no continente e importante ponto de tráfico de escravos vindo da África. Com tanta riqueza circulando por ali, Cartagena foi alvo de muitos ataques de piratas, o que acarretou a construção das muralhas que cercavam antigamente toda a cidade. Hoje, toda essa região é considerada o centro histórico e preserva séculos de história dentro de seus muros.

Não é à toa que a cidade de Cartagena de Índias foi considerada patrimônio histórico e cultural da humanidade pela UNESCO.


O melhor passeio, sem sombra de dúvidas, é se perder, a qualquer hora do dia ou da noite, por suas ruelas coloniais tão características e admirar as sacadas floridas. Mesmo passando pelos mesmos lugares todos os dias (porque a cidade murada não é tão grande assim), eu sempre observava uma coisa nova: uma aldrava, uma casa cheia de cores, uma lojinha de artesanato, uma informação histórica, os característicos prédios de dois pavimentos muito bem conservados. Ou seja, perca-se! E aproveite para encontrar a rica cultura colombiana pelo caminho!

Uma atração à parte são as carruagens que oferecem passeios pela cidade murada circulando pelos principais pontos turísticos (o condutor vai narrando fatos históricos e contando curiosidades sobre o lugar). Eu sugiro fazê-los à noite. É provável que tudo esteja fechado, mas o objetivo aqui é curtir o passeio um tanto quanto diferente, percorrendo ruas estreitas de paralelepípedos e iluminadas por lampiões, cercadas por casarões coloniais, num estilo bem vintage. Chega a ser quase uma viagem no tempo.

Já, de dia, Cartagena é uma explosão de cores. Sacadas, palenqueras, artesanato, lojas de esmeraldas, wayuu bags, tudo se mistura e integra para trazer colorido e alegria para sua viagem e tudo de forma extremamente organizada. Em Cartagena, você pode caminhar sem medo pela maior parte do bairro histórico.

A cidade premia todos os anos a melhor sacada com uma super isenção de impostos. Então, todo mundo capricha no cuidado, na pintura e na mistura de cores.

Essa diversidade de cores é tão impactante que a melhor distração é tirar foto de cada casa ou prédio, dos produtos artesanais dispostos nas ruas... Eu fiquei tão apaixonada por isso que deu uma louca e comprei um monte de wayuu bag (uma bolsa de crochê feita por uma tribo indígena colombiana e que ganhou o mundo da moda).


4. OS PONTOS TURÍSTICOS

A maior parte dos pontos turísticos está dentro da cidade murada, no centro histórico. Por isso, faça tudo a pé. É a melhor forma de conhecer e viver a cidade. Não se preocupe muito em seguir roteiros porque, tendo alguns dias na cidade, você terá a oportunidade de ver e rever tudo várias vezes. Você está num lugar, dá dois passos e percebe que chegou em algum outro lugar que parecia bem mais longe do que realmente é. A sensação é de que todas as ruas te levam ao mesmo lugar. De qualquer forma, vou contar o que eu fiz nos dois primeiros dias.

Pela proximidade com meu hostal, passei pelo Museu Naval, mas nem me detive muito porque confesso que não curto muito museus. Comecei o passeio mesmo pela Igreja San Pedro Claver. Não entrei para conhecer porque todas as vezes que passei estavam ocorrendo missas, mas a igreja abriga um museu de arte religiosa, cerâmicas pré-colombianas e peças afro-caribenhas. É possível também visitar o claustro onde San Pedro Claver viveu até a morte. Seus restos mortais estão num caixão de vidro no altar.

Em seguida, fui para a Plaza de la Aduana, que abrigava as principais construções administrativas da colônia, e onde estão a Torre del Reloj (a antiga entrada principal de Cartagena e também chamada de Boca del Puente), o Portal de los Dulces, com os mais diversos doces típicos colombianos, e alguns bares e boates, como o Donde Fidel e o Hard Rock Café. Fora da cidade murada, passando pela Torre do Relógio, está o bairro de Getsemaní, que era interligado, no passado, por uma ponte levadiça.

Caminhei até a Catedral de Cartagena (Catedral de Santa Catalina de Alexandria), principal templo religioso da cidade, e assisti uma missa belíssima. Não tenho certeza se é verdade, mas li que a entrada somente é gratuita no horário das missas. Em frente à Catedral, tem a Plaza Bolívar, que leva esse nome por conta da estátua de Simon Bolívar ali instalada, o Museu da Inquisição (ou Museu Histórico de Cartagena) e o Museu do Ouro. Não entrei nesses museus. É nessa praça também que tomava meu café da manhã numa loja da famosa cafeteria colombiana Juan Baldez.

Continuando a caminhada, passei pela Plaza de Santo Domingo. Lá existe a Igreja de mesmo nome, a Gorda de Botero e alguns bares. Diz a lenda que passar a mão no bumbum da Gorda "Gertrudis" é garantia de virilidade... Parei ali para comprar frutas com uma das diversas palenqueras do centro histórico e tomar uma cerveja Club Colombia. As palenqueras são mulheres de descendência africana que usam roupas típicas e vendem frutas no centro histórico. A maioria cobra para tirar fotos ou insiste para que você compre as frutas depois da fotografia. A que tirou foto comigo foi bem legal e não ficou insistindo ou querendo dinheiro por causa da foto. Acabei comprando mesmo assim e achei as frutas deliciosas, porém caras.


Como estava na hora do almoço, resolvemos seguir a sugestão de comer em um dos vários restaurantes do bairro Getsemaní. Fomos andando até lá, tirando fotos das milhares de sacadas coloridas e escolhemos o La Casa de Socorro, que serve comida local. Super recomendo. Existem dois restaurantes lá com nomes parecidos: La Casa de Socorro e La Cocina de Socorro. Os locais preferem o La Casa. Se quem conhece a culinária local prefere um, é porque deve ser boa mesmo. Foi assim minha escolha. Mas vi boas recomendações do La Cocina.

O bairro Getsemaní é um antigo reduto de escravos e é possível encontrar hospedagens mais baratas por lá, mas acho que perde todo o encanto da cidade murada. Porém, sua vida noturna é bem agitada e Getsemaní possui muitos murais coloridos espalhados pelo bairro.

Voltamos caminhando, passeamos sobre as muralhas e seguimos para ver o pôr-do-sol no Café Del Mar. O pôr-do-sol de Cartagena é maravilhoso. A cada dia a natureza nos presenteava com novas cores e um espetáculo diferente. Inclua o pôr-do-sol de Cartagena em um dos motivos para se apaixonar. É possível ver o entardecer em diferentes pontos da cidade, como o próprio Café Del Mar, o Baluarte Tasca Bar, o Castillo de San Felipe e o Convento de la Popa.

  • À noite, fomos ao Donde Fidel, na Plaza de la Aduana, famoso pelas noites de salsa.

No dia seguinte, contratamos um táxi particular indicado pelo hostal e conhecemos o Castillo de San Felipe de Barajas (o maior forte construído pelos espanhóis na América, nunca invadido), mas não entramos, o Monumento de los Zapatos Viejos, o Convento Santa Cruz de la Popa (vale muito ir de táxi porque a subida é bem cansativa, uma vez que o Convento foi construído no ponto mais alto de Cartagena, e, ainda por cima, estará muito quente), o bairro de Bocagrande, onde predominam arranha-céus e hotéis de luxo, e demos uma volta final no centro histórico.


Dessa vez, vimos o pôr-do-sol no El Baluastre, bem mais perto de onde estávamos hospedadas, jantamos no badalado restaurante El Santissimo (faça reserva) e seguimos para o bar Café Havana em Getsemaní.



5. A SALSA

Se você não gosta de salsa, vai sair de lá gostando ou, pelo menos, cantando. Não tem como. Você ouve salsa o tempo todo, onde quer que esteja. Não tem como escapar. Voltei de lá com quatro (!) CD de salsa na mala.

Mesmo em bares mais tranquilos, a salsa e o merengue são os ritmos da noite e colocam todo mundo para dançar. Curti muito a noite de Cartagena. Os colombianos definitivamente são tão festeiros quanto nós brasileiros. Fomos assistir uma banda de salsa no badalado Café Havana e no Donde Fidel e ainda esticamos para a Boate Mister Babilla.

6. A COMIDA

Por estar próxima ao mar, a culinária de Cartagena é baseada em frutos do mar, com uma mistura de influências espanhola, africana, caribenha... inclui muitas frituras, arrozes, sopas e refogados típicos, com destaques para o uso de mandioca e banana.

No início, achei todas as comidas um pouco doces. Senti falta do sal. Não sei se depois acostumei ou dei sorte de escolher pratos mais salgados. Mas o uso de elementos doces em pratos salgados é uma característica da cozinha colombiana, conferindo um sabor agridoce. Muitos pratos trazem arroz de coco e plátano/patacones (tipo a nossa banana da terra frita). No café da manhã, é muito comum encontrar pan de bono (um tipo do nosso pão de queijo, mas feito com massa de mandioca), jugo de lulo (uma fruta típica da região), limonada de coco e arepas (espécie de massa assada recheadas com queijo e manteiga). O fruto corozo é bem gostoso também. Experimentei no restaurante El Santissimo servido acompanhado de champagne.

Me apaixonei pelos pratos da rede Crepe & Waffles e passei a jantar lá todas as noites.



Nas andanças debaixo do sol quente, encontrei uma sorveteria com picolés artesanais de todos os sabores possíveis. Eles têm um formato diferente, em cubinhos. Uma delícia. O nome é La Paleteria (fica perto da Catedral e da Plaza Santo Domingo).



O café colombiano também é bem famoso. A Colômbia é o terceiro maior país produtor de café do mundo. E a cafeteria Juan Baldez está espalhada pela cidade toda, uma espécie de Starbucks latina.

7. A ISLA BARÚ

As praias de Bocagrande são bem feinhas. Em compensação, as praias do Caribe colombiano são espetaculares e estão a 1 hora, aproximadamente, de Cartagena.

Amei a Isla Barú (Playa Blanca). O mar é quase transparente, água morninha e calma. A praia é sempre cheia de vendedores dos lugares vizinhos insistindo que você compre seus artesanatos ou faça uma massagem. Chega a ser chato às vezes, principalmente quando descobrem que você é do Brasil, mas nem isso tirou a beleza de estar ali. E fazer massagem de frente pro mar foi divino!



Normalmente, os turistas chegam até ali em excursões de barco. Além de mais caras, você só chegará realmente na Isla Barú à tarde, depois de passar por outros lugares caça dinheiro. À essa altura, o mar já não estará tão azulzinho e calmo e o tempo será cronometrado para voltar.

Optamos por pegar uma van, reservada no próprio hostal, e pagamos bem mais barato, com direito a chegar na praia por volta das 9h da manhã, almoçar e somente regressar lá pelas 3 da tarde. Durante boa parte da manhã, tivemos aquele mar exclusivo e eu não conseguia sair da água.

8. O PESO COLOMBIANO

Colômbia é um destino bem barato.

Quando fui, a cotação de mil pesos colombianos equivalia a R$ 1,20, mas não leve reais. Leve dólares e troque lá por pesos. A moeda brasileira é muito pouco aceita e numa cotação nada favorável. Apesar de serem feitas duas conversões (real x dólar, dólar x peso), ainda assim é mais vantajoso do que trocar real por peso lá.

Existem dezenas de casas de câmbio espalhadas pelo centro histórico, uma ao lado da outra, e isso ajuda na hora de comparar as cotações. E não compre aqui os pesos colombianos. É uma moeda de pouca liquidez e, por isso mesmo, a cotação é bem mais alta. Também são aceitos cartões de crédito, mas tive dificuldades em usar tanto com as compras antes da viagem pela internet quanto por lá.

Como se não bastasse o câmbio bem favorável, os preços lá são bem mais em conta em comparação ao Brasil ou outras cidades da América Latina. Não que Cartagena seja super barata, mas existem opções para todos os gostos e bolsos.

Isso te permite conhecer um Caribe bem mais acessível.

Ah, pechinche! Principalmente em lojas de artesanato e com vendedores de rua.


9. OS TÁXIS

O trânsito em Cartagena é surreal. Todo mundo buzina o TEMPO TODO. Brincava dizendo que eles buzinam para alguém sair da frente, quando não tem ninguém na frente, porque eles estão felizes, porque eles estão de mal humor, porque eles têm buzina... sério, não entendi o motivo de tanta buzina...

Vale muito a pena pegar um táxi em Cartagena. Eles são bem baratos. E, de quebra, você vai "apreciar" o trânsito louco ouvindo salsa (sempre salsa!). Não se aventure nos ônibus de lá. São lotados, não têm ar condicionado, parecem que vão desmontar a qualquer momento de tão mal cuidados.


10. O RISCO DE NÃO QUERER IR EMBORA

O passado da Colômbia ligado à violência e tráfico de drogas ainda pesa entre os turistas. Muitos evitam esse destino em razão dos problemas de segurança.

Mas a Colômbia vai muito além disso e existe um real compromisso com a segurança e em deixar esse passado para trás.

O governo tem investido maciçamente em campanhas de marketing dizendo que "o real perigo é querer ficar", visando mudar a reputação que o país tem no mundo.

Na nossa chegada, pegamos um transfer reservado pelo hostal por causa do horário do voo tarde da noite e o motorista veio fazendo um mini city tour, contando sobre a história de cada lugar e explicando por onde andar de madrugada e o que fazer para "no dar papaya", o equivale colombiano a não dar mole.

Fora isso, me senti bem segura na cidade. Não há motivos para sentir medo de viajar pelo país. Claro, ainda existem as FARC, mas elas agem, na maioria das vezes, nas áreas de selva e pouco adensadas. Nas grandes cidades colombianas, esse perigo praticamente não existe. E até isso tende a acabar com o acordo de paz referendado agora em dezembro, se Deus quiser!

Depois desses 10 motivos, você só tem uma opção: Vá à Cartagena!



OBS.: Cartagena é bem quente e abafada. Enquanto você pode encontrar frio em Bogotá, na mesma época estará calor em Cartagena. É tão quente que a maioria dos chuveiros não esquenta, a água é temperatura ambiente, e nem assim você sente água gelada. Passear durante o dia é bem cansativo por causa disso. Beba bastante água. Você encontrará também muitos vendedores de chapéu panamá nas ruelas do centro histórico.


Fonte: Cris Macedo

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